Discentes 2020

Vidas interrompidas nas comarcas de Goioerê e Campo Mourão-PR: análise dos feminicídios entre 2015-2020

Discente: Alesandra Christian Abrantes (Lattes)

Orientador: Marcos Clair Bovo

Coorientadora: Fabiane Freire França

Resumo: É paradoxal a evolução da condição da mulher no contexto social ao mesmo tempo em que a mesma continua sendo vítima de violência perpetrada em razão do gênero, ou seja, as mulheres sendo vítimas de violência por serem mulheres. A violência contra a mulher é produto de um sistema social que subordina o sexo feminino ao sexo masculino em uma relação de desigualdade. O sentimento de pertencimento que o sujeito agressor possui em relação à vítima corrobora com o alto índice de feminicídios que fez o Brasil ocupar em 2019 a quinta posição mundial dentre os países mais violentos contra mulheres. Dentre os fatores que contribuem para esse cenário temos: a falta de acolhimento de qualidade nos serviços públicos, a grande desigualdade social provocada pela má distribuição de renda, o desemprego, o uso de drogas, a deficiência no controle do porte de armas e a discriminação. Assim sendo, temos os seguintes tipos de violência contra a mulher: a doméstica, a física, a psicológica, a sexual e a patrimonial. É nesse contexto que a pesquisa objetiva analisar a violência contra as mulheres que culmina em crimes de feminicídios, nas comarcas de Campo Mourão (PR) e Goioerê (PR), entre 2015 a 2020, tendo como parâmetro a lei 13.104/2015. A metodologia consiste na pesquisa bibliográfica, análise documental em leis nacionais e internacionais sobre os direitos e proteção das mulheres. Objetiva também fazer um levantamento de alguns processos, inquéritos, boletins de ocorrência sobre a violência contra as mulheres. Os dados levantados serão tabulados e analisados. Por fim, serão realizadas entrevistas com representantes do Ministério Público do Estado, servidores públicos das delegacias de polícia e em outros órgãos inerentes.


O espaço público e a prática de atividades físicas e socialização: estudo de caso das academias da terceira idade na cidade de Campo Mourão-PR

Discente: Aline Rocha Amaral (Lattes)

Orientador: Fábio Rodrigues da Costa

Resumo: A pesquisa em questão tem como intuito verificar a importância das Academias da Terceira Idade – ATI’s, para a prática de atividades físicas e socialização.  Traz como problema de pesquisa: 1) Quais são as contribuições das ATI´s existentes na cidade de Campo Mourão para a saúde e o bem-estar dos usuários pertencentes a terceira idade?  2) As ATI’s possuem a infraestrutura adequada para atender os usuários? 3) As ATI’s estão distribuídas adequadamente pelos bairros da cidade? Assim, esta pesquisa se justifica em razão do crescimento do número de habitantes na terceira idade e a preocupação com a sua qualidade de vida.  O objetivo geral é analisar o papel desempenhado pelas ATI’s enquanto espaço público e como elemento de saúde e socialização da terceira idade. O aporte metodológico em questão propõe uma pesquisa quali-quantitativa e exploratória, com levantamento de dados em livros, artigos, teses, documentos oficiais, além da legislação que regulamenta o Estatuto do Idoso e Leis abrangentes sobre políticas públicas. Além da pesquisa bibliográfica e documental, ocorrerá a aplicação de uma entrevista semiestruturada aos usuários das ATI´s. Espera-se com os resultados entender a relação do espaço público com seus usuários, e se o mesmo atendem de forma adequada as necessidades da população idosa.


O cumprimento humanizado da pena privativa de liberdade e a percepção de justiça sob diferentes olhares

Discente: Ana Luiza Barroso Marcondes Bueno (Lattes)

Orientador: Adilson Anacleto

Resumo: O aumento exponencial da população carcerária e dos índices de reincidência criminal, atrelados às condições as quais os presidiários sobrevivem dentro dos estabelecimentos prisionais constituem alguns dos mais graves e complexos problemas públicos enfrentados pela sociedade brasileira na atualidade. Contrapondo a esse cenário a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) desenvolveu um método humanizado de cumprimento da pena privativa de liberdade, que visa a recuperação do preso, a proteção da sociedade, o socorro da vítima e a promoção de justiça. Diante desse contexto, em virtude da relevância social da proposta APAC e da carência de estudos sobre a temática, especialmente no que tange à percepção do encarcerado sobre esse método, o presente estudo objetiva investigar se o cumprimento da pena privativa de liberdade de forma humanizada, como ocorre na APAC, dá ao encarcerado e à sociedade a sensação de justiça. Para o desenvolvimento do estudo será realizada pesquisa exploratória descritiva junto a unidade APAC de Ivaiporã/PR, onde serão investigadas as particularidades do Método através de entrevistas com os apenados, por intermédio da abordagem qualitativa e quantitativa no que tange a coletas de dados e análise subjetiva dos resultados obtidos. A investigação poderá apontar as limitações e potencialidades do método APAC, bem como se o mesmo pode se constituir como uma possível alternativa para a diminuição da população carcerária, através da melhoria no tratamento dos presidiários e da manutenção, para a sociedade, do sentimento de justiça no que se refere à retribuição ao delito.


Metodologias ativas no ensino superior: o papel docente e o protagonismo estudantil

Discente: Ana Paula Oliveira Becker Alvarenga (Lattes)

Orientador: Adilson Anacleto

Resumo: A pesquisa visa investigar em que medida o uso de metodologias ativas em uma disciplina de um curso de graduação pode contribuir para colocar alunos e alunas do ensino superior na posição de protagonistas da construção do seu conhecimento. Para atingir aos objetivos propostos será ministrada uma disciplina para uma turma de estudantes do ensino superior com base nas metodologias ativas. A prática pedagógica da referida disciplina será descrita e analisada no intuito de evidenciar o protagonismo e a participação dos estudantes durante os processos de aprendizagem desenvolvidos em sala de aula. A disciplina será documentada, desde o planejamento até atividades, avaliações, práticas e entrevistas com discentes. A pesquisa contará também com um diário de campo produzido pela professora-pesquisadora para registro do planejamento, reflexões, imprevistos, comentários, avaliações e ocorrências do cotidiano.


A segregação socioespacial em Cascavel (PR): os impactos sociais nos bairros periféricos

Discente: André Vinicius Beck Lima (Lattes) 

Orientador: Marcos Clair Bovo

Resumo: A segregação socioespacial nos espaços das cidades refere-se à periferização ou marginalização de determinadas pessoas ou grupos sociais por fatores econômicos, culturais, históricos e até mesmo raciais. Diante disso, a maioria das cidades de grande, médio e pequeno porte apresenta espaços segregados, estando quase sempre relacionados com o processo de divisão e luta de classes, em que a população mais pobre tende a residir em áreas mais afastadas e menos acessíveis ao centro. Tais espaços apresentam baixa disponibilidade de serviços públicos voltados à saúde, lazer e educação. São caracterizados também por apresentarem déficit de infraestrutura urbana pela falta de pavimentação, saneamento básico, carência de transporte público coletivo, como também pelo alto índice de violência urbana, desigualdade social, exclusão social e problemas relacionados à habitação. Essa segregação ocorre por falta de planejamento urbano adequado e também por ausência de políticas públicas. Diante disso, a pesquisa tem por objetivo analisar o processo de segregação socioespacial nos bairros periféricos Melissa e Colina Verde em Cascavel (PR). Como aporte metodológico, será utilizada pesquisa bibliográfica, seguida de pesquisa documental junto aos órgãos públicos da Prefeitura Municipal de Cascavel e, por fim, a pesquisa de campo seguida pela aplicação de questionários e entrevistas. A pesquisa segue a abordagem interdisciplinar entre as áreas de Geografia, Direito, Sociologia, História, Arquitetura e Urbanismo. Pretendemos com o resultado da pesquisa, refletir sobre as disparidades existentes nos bairros pesquisados, principalmente os aspectos sociais, econômicos, ambientais e habitacionais, além de contribuir com o planejamento urbano e com a aplicabilidade das políticas públicas desses bairros periféricos.


A política de assistência social no município de Cascavel (PR): análise da territorialização do CREAS

Discente: Juliana Ritter Souto (Lattes)

Orientador: Marcos Clair Bovo

Resumo: A pesquisa versa sobre a Política de Assistência Social no município de Cascavel (PR). Destaca-se que o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) teve suas bases de consolidação em 2005 a partir da IV Conferência Nacional de Assistência Social e a sua implantação possibilitou um nível de territorialização a partir da institucionalização no território, de todo o sistema. Apesar das conquistas e de sua expansão resultante de uma intencionalidade na implantação de um Estado de bem-estar, destaca-se que a dimensão do território nacional, a capilaridade da política, as dificuldades de implantação do ciclo da política pública e as disputas locais são fatores que podem ser considerados como entraves que necessitam de estudo, diagnóstico e avaliação. Diante disso, o objetivo da pesquisa é analisar a territorialização da Política de Assistência Social nas unidades públicas de CREAS no município de Cascavel (PR). O aporte metodológico será constituído de pesquisa bibliográfica, legislação e outros documentos oficiais, análise e levantamento de dados dos relatórios emitidos por meio do prontuário eletrônico; por fim serão elaborados mapas temáticos referentes aos dados coletados. Como resultados, espera-se a compreensão sobre os avanços e retrocessos das políticas públicas de assistência social, evidenciando os reflexos no município de Cascavel; o mapeamento da distribuição espacial das unidades públicas de CREAS no município de Cascavel; destaque sobre a capacidade de atendimento frente às demandas; compreensão sobre os diferentes territórios das famílias/indivíduos em situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social no município; diagnóstico sobre a política de assistência social dos serviços e proteção social de média complexidade.


Direito à moradia em Campo Mourão/PR: Do ideário às ineficácias do Conjunto Habitacional Fortunato Perdoncini

Discente: Karoline Krenski (Lattes)

Orientador: Fábio Rodrigues da Costa

Resumo: Dentro do contexto histórico de produção do espaço urbano brasileiro, o processo excludente da urbanização e da produção habitacional pelo Estado segue como barreira para a garantia constitucional de mobilidade social e direito à cidade, reforçando os privilégios da classe dominante e atuando como um meio de controle social sobre os grupos desfavorecidos. Apesar do advento de novas legislações urbanas e políticas habitacionais voltadas à população de baixa renda no início do século XXI, há dúvidas quanto às suas repercussões práticas, uma vez que se observa um distanciamento do conceito de universalização da moradia enquanto direito, transformando-a em ativo financeiro, com uma produção massificada que visa o lucro do setor imobiliário. Deste modo, a presente pesquisa tem por objetivo verificar as contradições existentes no Conjunto Habitacional Fortunato Perdoncini, localizado no município de Campo Mourão/PR como produção da faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida. Será avaliada a desigualdade urbanística, na intenção de verificar a existência do processo de segregação socioespacial neste empreendimento, que repercute em uma qualidade de vida deficiente e desassistida. O estudo de caso será analisado a partir do método de Avaliação Pós-Ocupação, incorporando técnicas quali-quantitativas, como levantamento de dados, walkthrough, questionário estruturado e grupo focal, para avaliar a eficácia social e o acesso aos equipamentos e infraestruturas urbanas, considerando a perspectiva dos usuários, além do ponto de vista especialista, contribuindo com o ciclo realimentador da qualidade no processo de projeto de habitações de interesse social.


A violência no espaço urbano: espacialização do crime e o acesso a políticas públicas em Ubiratã/PR

Discente: Rafael Galhardo Rodrigues (Lattes)

Orientadora: Ana Paula Colavite

Resumo: A violência está entre os maiores problemas enfrentados pelas sociedades contemporâneas e permeia o cotidiano da população nas cidades brasileiras, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte. Além da ampliação do quantitativo destaca-se a ampliação da diversidade de categorias de crimes praticados no espaço urbano. Neste contexto, a pesquisa tem como objetivo analisar a distribuição espacial dos crimes na cidade de Ubiratã, no estado do Paraná, identificando os padrões de ocorrências e correlacionando com os aspectos socioeconômicos e o acesso às políticas públicas. A abordagem metodológica seguida é a quali-quantitativa com as técnicas: estatística dos crimes por meio de coleta de informações na 50ª Delegacia Regional De Polícia Civil De Ubiratã; classificação e tipificação dos crimes em categorias; mapeamento das ocorrências por meio de geoprocessamento; análise espacial correlacionada da violência urbana com o acesso a políticas públicas e as variáveis socioeconômicas; entrevistas com gestores públicos e profissionais da segurança pública. Pretende-se, a partir da pesquisa, traçar o perfil dos delitos ocorridos na cidade, identificando os espaços de maior vulnerabilidade, contribuindo assim, com as variadas práticas de prevenção e combate à criminalidade por meio de políticas públicas.

 

Perfil e presença indígena em Campo Mourão (PR): (re)identificação no espaço urbano

Discente: Raine Clavisso Pereira (Lattes)

Orientador: Marcos Clair Bovo

Coorientador: Fred Maciel

Resumo: O Brasil vivencia um processo migratório de indígenas para as cidades. Esse movimento ocorre por diversos fatores, dentre eles, a adoção por parte de uma outra cultura, a busca por estudos, por trabalho e de melhores condições de vida, mas principalmente como forma de proteção de violências sofridas por fazendeiros ou ainda por grandes empresas de desapropriação. Porém, existem aqueles grupos que se deslocam constantemente das aldeias para as cidades, instalando-se nas periferias e dedicando-se à venda de artesanatos nas ruas de centros urbanos. Diante disso, a pesquisa objetiva compreender o perfil e a presença indígena nos espaços urbano e rural de Campo Mourão (PR), destacando as possibilidades de integração por intermédio de medidas públicas. O aporte metodológico será constituído de pesquisa bibliográfica por meio de livros, teses, artigos científicos e documentos oficiais da FUNAI referentes aos povos indígenas em ambientes urbanos, seguido de pesquisa in loco de caráter qualitativo por meio da aplicação de questionários e entrevistas junto aos indígenas, representantes de órgãos públicos e da população. Os resultados pretendem contribuir com o perfil desse segmento social, de forma que a análise da presença dessa etnia possa trazer subsídios, tanto para o fomento a políticas de respeito, quanto a medidas públicas institucionais.


Ensino inclusivo e suas relações sociais e educacionais: contribuições da teoria da complexidade e metodologias ativas

Discente: Silvana Telma de Lima Fritoli (Lattes)

Orientador: Marcos Clair Bovo

Resumo: A história da inclusão no Brasil tem uma longa trajetória, desde os primeiros movimentos em busca de garantir o direito à educação de todas as crianças até se concretizar em leis que amparam as crianças com alguma necessidade especial. Ainda que esteja garantido em lei, o ensino inclusivo continua sendo alvo de equívocos e gera várias indagações e dúvidas em professores(as), pais e alunos(as). Em vista disso, este estudo tem como objetivo investigar os desafios do ensino inclusivo no Brasil, com um olhar conceitual-teórico e também para as relações sociais e educacionais, fazendo uma correlação com estudos da teoria da complexidade e das metodologias ativas. Abordando aspectos legais, históricos e práticos que permearam a trajetória da inclusão em nosso país, trata-se de pesquisa bibliográfica, cujo objetivo é compreender as especificidades da inclusão no Brasil e os desafios gerados pela prática pedagógica inclusiva na sala de aula da escola básica brasileira.

 

Vulnerabilidade e construções de enfrentamento com base na educação: a percepção de meninas adolescentes em comunidades socialmente vulneráveis 

Discente: Vanessa Santana Godoy (Lattes)

Orientador: Adilson Anacleto

Resumo: As desigualdades sociais é um dos fenômenos mais relevantes que influencia na formação de jovens, sendo as meninas mais suscetíveis aos riscos, dado que o contexto e a interação social podem interferir na construção da personalidade, no comportamento e, consequentemente na vida adulta. Desse modo, este estudo objetiva investigar a auto percepção de meninas adolescentes, o aumento dos riscos e da vulnerabilidade acerca da pobreza, as construções de enfrentamento ao mundo nas perspectivas da educação e das políticas públicas. A realização do estudo se justifica devido que, ao traçar as percepções das meninas adolescentes possibilita a compreensão mais abrangente da realidade concreta das comunidades carentes, dando visibilidade e voz às mesmas, analisando os impactos psíquicos, emocionais e de identidade. Para isso, será realizada a pesquisa exploratória descritiva que ocorrerá no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do munícipio de Mamborê – PR, quando serão analisadas as percepções e quais as formas que as adolescentes utilizam para o enfrentamento que as mesmas percebem como possíveis alternativas as adversidades do ambiente onde estão inseridas. A investigação se divide em: levantar dados de meninas que se encontra em condições socialmente vulneráveis, após observar e aplicar questionários em formato de entrevistas. Espera-se, ao final desse estudo um entendimento mais amplo das condições vividas por adolescentes, bem como compreender as formas como a educação pode ser utilizada como estratégia de enfrentamento, de modo que seja possível pensar indicativos para a elaboração de políticas públicas que contribuam para a melhoria das adolescentes em comunidades empobrecidas.